Anestesia geral em crianças: o que você precisa saber sobre o procedimento

26/11/24

A anestesia geral em crianças é amplamente realizada rotineiramente em cirurgias pediátricas, promovendo a segurança dos pequenos ao longo do procedimento. Embora seja segura, é natural que pais e responsáveis se preocupem com o processo e o bem-estar da criança. Pensando nisso, vim trazer uma visão geral sobre como a anestesia é administrada em crianças, o papel do anestesiologista e os cuidados antes, durante e após. Continue a leitura para saber mais!

A anestesia geral em crianças é segura?

A segurança é uma prioridade em qualquer procedimento cirúrgico, especialmente em crianças. Nesse sentido, a anestesia geral pediátrica é cuidadosamente monitorada e ajustada para garantir o conforto e a segurança deste público. 

O anestesiologista (ou anestesista) acompanha a criança antes, durante e depois do procedimento, controlando a administração dos anestésicos e monitorando os sinais vitais dos pacientes como frequência cardíaca, pressão arterial e oxigenação. Após a cirurgia, este profissional continua acompanhando a recuperação e auxiliando na manifestação de sintomas pós-operatórios, como náuseas ou desconforto. 

Como é realizada a anestesia geral pediátrica?

A indução da anestesia geral em crianças pode ser feita de duas maneiras: medicação endovenosa ou indução inalatória. Em alguns casos, uma medicação pré-anestésica pode ser administrada quando a criança chega à sala de anestesia para reduzir a ansiedade. Esta medicação pode ser dada via oral (xarope ou comprimido) ou nasal, e a necessidade de seu uso depende da avaliação do anestesista.

A seguir, falarei um pouco sobre cada um dos tipos de anestesia geral pediátrica.

Medicação endovenosa

A aplicação acontece por meio de seringa e agulha, sendo o método mais efetivo de indução do sono – especialmente se a criança consegue tolerar a inserção da agulha. Ele garante um início rápido da anestesia, sendo usado em crianças que estão mais tranquilas com o processo.

Indução inalatória

Para crianças menores ou que têm medo de agulhas, a indução inalatória é mais indicada. Este método, conhecido como “cheirinho,” usa uma máscara com gás anestésico que a criança respira até adormecer. A criança fica sendo monitorada por um oxímetro de pulso para ler a quantidade de oxigênio do sangue, o que torna o procedimento bastante seguro e não permite o “sufocamento”. Esta opção é usada para que a criança adormeça antes do método intravenoso. 

Processo da anestesia geral em crianças

É importante saber que o processo de anestesia geral não começa no centro cirúrgico e nem se encerra junto com a cirurgia. Ele também envolve etapas que antecedem a realização do procedimento e que se estendem até o encaminhamento da criança para a sala de recuperação, com acompanhamento. Entenda um pouco de cada etapa a seguir.

Consulta pré-anestésica e preparação

A preparação para a anestesia começa com a consulta pré-anestésica. Este encontro é fundamental para conhecer a criança, identificar suas necessidades clínicas e ajustar medicações. É o momento ideal para que pais e responsáveis tirem todas as suas dúvidas a respeito do procedimento. 

A preparação da criança envolve o jejum pré-cirúrgico, um ponto importante para a segurança da anestesia geral, evitando o risco de aspiração gástrica durante o procedimento e, assim, garantindo uma cirurgia segura. Em geral, alimentos sólidos exigem um jejum de cerca de oito horas, enquanto líquidos têm restrições menores. Importante ressaltar que é fundamental seguir corretamente todas as orientações do anestesiologista!

Durante o procedimento

Antes do procedimento, a criança é levada à sala de operação ou pré-operatória, onde o anestesiologista está pronto para iniciar a anestesia. Após a indução, seja ela inalatória ou endovenosa, o anestesiologista controla a administração dos anestésicos para manter a criança anestesiada durante toda a cirurgia. 

Os sinais vitais (ritmo cardíaco, pressão arterial, temperatura, oxigenação etc.) são constantemente monitorados por aparelhos para garantir estabilidade, o que torna o processo seguro e minimiza riscos.

Ao fim da cirurgia, os anestésicos são suspensos e o efeito passa de maneira gradual para que a criança desperte de forma tranquila. Este despertar lento permite que o organismo se adapte à retomada das funções sem causar desconforto.

Pós-procedimento e recuperação

Após o término da cirurgia, a criança é encaminhada para a sala de recuperação, onde é monitorada até que desperte completamente. Em geral, um dos pais pode permanecer ao lado do leito do seu pequeno, o que ajuda a reduzir a ansiedade e torna o processo mais acolhedor. A presença dos pais ou responsáveis neste momento é importante para ajudar a acalmar e fazer com que os pequenos se sintam seguros.

Algumas reações no pós-operatório são comuns, como náuseas, vômitos e leve agitação, que podem ser facilmente tratadas com medicamentos apropriados. Uma vez que o paciente esteja bem desperto, ele passa pela reintrodução gradual da alimentação, começando com líquidos e alimentos leves, conforme recomendado pelo anestesiologista.

A importância da equipe médica em cirurgias pediátricas

A anestesia geral em crianças é um procedimento seguro e cuidadosamente monitorado, especialmente em ambientes com equipes especializadas. Entender cada etapa do processo conforta os pais e ter o suporte de um anestesiologista e cirurgião pediátrico experiente, com estrutura hospitalar adequada, faz toda a diferença para o sucesso do procedimento e a recuperação rápida do paciente.

Se você deseja saber mais sobre alguma etapa específica do processo, eu, Dr. Felippe Flausino (CRM19161 | RQE13289), estou à disposição para oferecer orientações detalhadas e tirar qualquer dúvida. Entre em contato para agendar uma consulta e garantir o melhor cuidado para o seu pequeno! Você também pode me encontrar no Instagram ou Facebook.

Felippe Flausino

Dr. Felippe Flausino

MD, M.Sc. Cirurgião Pediátrico (CRM19161 RQE13289) e membro da Associação Brasileira de Cirurgia. Doutorando em Ciências Médicas pela UFSC

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