O câncer infantil é uma doença que abala famílias inteiras. E, apesar de ser uma das principais causas de morte de crianças e adolescentes entre um e 19 anos, quando descoberto precocemente, as chances de cura podem chegar a 90% dependendo do tipo do câncer.
Em crianças, o diagnóstico precoce acaba se tornando mais difícil pelo fato de que os primeiros sintomas de câncer costumam ser confundidos com os de outras doenças mais rotineiras, como viroses e resfriados. Por isso, é essencial que os responsáveis se atentem a sintomas secundários, como hematomas sem causa, nódulos, perda de peso excessiva, cansaço extremo, palidez, febres sem a existência de inflamações e tumorações.
Aos primeiros sinais, procure sempre o médico pediatra. Mas, mesmo que isso não esteja acontecendo com você ou alguém que você conheça, entender como é um diagnóstico de câncer e suas causas pode te ajudar em situações futuras.
O que é câncer?
Existem mais de 100 tipos de tumores, todos esses fazem parte de um mesmo conjunto: o câncer. As células cancerígenas possuem crescimento desordenado que podem afetar diversos tecidos e órgãos do corpo. Conforme essas células vão se multiplicando e se espalhando pelo corpo, dizemos que houve uma metástase.
Os tumores podem ser malignos ou benignos e sua resposta a tratamentos vai depender dessa classificação.
- Malignos: os tumores malignos são aqueles cujas células se espalham agressivamente, precisam de tratamento e, até mesmo, de cirurgias para remoção das áreas afetadas;
- Benignos: as células de tumores benignos são semelhantes às células do local onde estão alojados, portanto, não conseguem realizar metástase.
Vale lembrar que o câncer infantil costuma ser mais agressivo, porém mais responsivo a tratamentos, como a quimioterapia, quando identificado precocemente.
Quais são as causas do câncer infantil?
Mesmo que a maioria das causas do câncer sejam desconhecidas pela ciência, há alguns tipos específicos de tumores cujas razões já foram amplamente divulgadas. Por exemplo:
- a alta exposição ao sol sem proteção solar pode causar câncer de pele;
- o uso contínuo de cigarro é responsável por cânceres de pulmão e de garganta.
Mas e como surge o câncer em crianças?
A resposta para essa pergunta não é exata, pois podem ser muitos fatores. Entretanto, em casos de leucemia (tipo de câncer mais comum em crianças), as causas podem ser tanto genéticas quanto provenientes de algumas espécies de vírus.
Quais são os sintomas mais comuns de câncer infantil?
Conhecer os sintomas mais comuns e aparentes é essencial para monitorar as crianças. Por isso, listamos abaixo os sintomas mais básicos, que podem ser confundidos com doenças costumeiras da infância, como viroses:
- hematomas recorrentes e sem causa;
- febre baixa por mais de oito dias;
- sangramentos em mucosas como gengiva e/ou nariz;
- ínguas iguais ou superiores a 3 centímetros, indolores e sem motivo, que durem mais de seis semanas;
- dores no corpo e cansaço excessivo, que impeçam a criança te manter uma rotina ativa;
- sangue na urina;
- aumento do volume dos olhos;
- aumento abdominal;
- diarreia ou prisão de ventre;
- vômitos por mais de duas semanas (observe o período do dia em que acontece);
- dores de cabeça por mais de duas semanas (observe o período do dia em que acontece);
- aumento da cabeça, principalmente se a criança tiver até 18 meses;
- sinais precoces de puberdade, como aumento de pelos no corpo.
Na presença dos sintomas citados acima, não hesite em buscar ajuda médica.
Quais os 5 tipos mais comuns de câncer infantil?
O câncer é um tipo de enfermidade que pode acometer inúmeras áreas do corpo e a partir de vários fatores diferentes. No entanto, há alguns tipos mais frequentes de câncer infantil, são eles:
Leucemia
Esse tipo de câncer é tão comum que acomete cerca de 25% das crianças diagnosticadas com câncer, com idades entre zero e 15 anos. As áreas afetadas pela leucemia são o sangue e a medula óssea e seus principais sintomas variam entre dor nas articulações até sangramentos e fraqueza.
As leucemias costumam ser agudas e progridem rapidamente, portanto, precisam começar a ser tratadas assim que são diagnosticadas.
Tumores cerebrais e do sistema nervoso central (SNC)
Ocupando o segundo lugar de neoplasias diagnosticadas mais comuns em crianças, temos os tumores cerebrais e do sistema nervoso central. A maioria dos tumores cerebrais em crianças se inicia na parte inferior do SNC, como cerebelo e tronco cerebral. Seus principais sintomas são náuseas, dores de cabeça, visão turva, vômito, tontura etc.
Neuroblastoma
Esse é o terceiro tipo de tumor maligno mais comum na infância e adolescência. Sua incidência corresponde a aproximadamente 10% dos casos de câncer infantil (cerca de um a cada sete mil nascidos vivos). Crianças menores de cinco anos representam 80% dos casos.
O neuroblastoma pode se localizar na glândula adrenal e/ou nas regiões cervical, torácica, abdominal e/ou pélvica, estando presente em toda a cadeia do sistema nervoso simpático. Seu surgimento é de natureza desconhecida, mas pode haver relação com desenvolvimento de tecidos da crista neural.
Tumor de Wilms
Esse tipo de neoplasia pode acometer um ou, mais raramente, os dois rins e é mais comum em crianças entre três e quatro anos, representando 5% dos casos diagnosticados.
Seu surgimento pode ser notado a partir de um tumor no abdômen, mas seus sintomas vão um pouco mais além. Dentre eles estão: falta de apetite, náusea, febre, sangue na urina e dor.
Linfomas
Esse tipo de câncer se inicia no sistema imunológico: nos linfócitos. Porém também pode afetar outras áreas como os gânglios linfáticos, amígdalas, timo, medula óssea, dentre outras.
Alguns sinais mais comuns são: perda de peso, febre, sudorese, fraqueza e aumento de tamanho dos linfonodos do pescoço, axilas ou virilha. E, apesar de apresentarem sintomas mais agudos, crianças costumam ser mais responsivas aos tratamentos.
Podem se subdividir em dois grupos: Linfoma de Hodgkin, que é mais comum no início da fase adulta, por volta dos 20 anos, e após os 55 anos; e Linfoma de não Hodgkin, cujo aparecimento é mais comum antes dos três anos.
Lembre-se: mantenha-se sempre atento a possíveis suspeitas de tumores nas crianças próximas de você. Qualquer anormalidade, deve ser verificada junto a um pediatra da sua confiança. Caso esteja procurando por um profissional, agende uma consulta.