A enterocolite necrosante, ou NEC, é uma daquelas palavras que poucos conhecem, mas que carregam um grande peso no mundo dos cuidados neonatais. Essa condição se trata de uma inflamação do intestino que pode ser particularmente grave em crianças, especialmente nos recém-nascidos prematuros. Como o próprio nome sugere, a doença provoca a morte de tecidos (necrose) no intestino, e se não for tratada, pode ser fatal.
Nesse sentido, entender os sinais, sintomas e tratamentos disponíveis é essencial para garantir uma recuperação rápida e eficaz. Continue a leitura e conheça mais sobre a doença.
O que é enterocolite necrosante?
Enterocolite necrosante, como falei anteriormente, é uma forma grave de inflamação dos intestinos delgado e grosso, mais comum em bebês prematuros. Essa condição pode causar danos ao tecido intestinal e, em casos severos, pode ser fatal. A NEC ocorre em mais de 90% dos casos em recém-nascidos prematuros e pode surgir em surtos dentro de unidades de terapia intensiva neonatal (UTINs). Em alguns casos, esses surtos estão ligados a bactérias específicas, como a E. coli, mas muitas vezes a causa permanece desconhecida.
Os primeiros sinais da NEC podem ser sutis, quase imperceptíveis: um leve inchaço na barriga, dificuldade para se alimentar, mudanças na cor da pele. Em pouco tempo, a situação pode se agravar, com o bebê ficando letárgico, com a pele pálida e temperatura corporal instável. Além disso, vômitos (que podem conter bile), sangue nas fezes e diarreia também são sintomas comuns da NEC.
Causas e fatores de risco para a doença
As causas exatas da enterocolite necrosante ainda não são totalmente esclarecidas pela ciência. No entanto, sabe-se que a prematuridade – ou seja, quando o bebê nasce antes das 37 semanas – é um fator de risco significativo, especialmente para bebês que necessitam de alimentação com fórmulas artificiais em vez de leite materno.
Além disso, outros fatores de risco são:
- Doenças cardíacas congênitas que podem afetar o fluxo de sangue ou os níveis de oxigênio no sangue;
- Alimentação precoce por sonda;
- O desequilíbrio nas bactérias intestinais, seja devido a tratamentos com antibióticos ou outros medicamentos que podem suprimir o ácido estomacal do bebê;
- A diminuição do fluxo sanguíneo para os tecidos do bebê ou baixos níveis de oxigênio no sangue antes, durante ou após o parto.
Diagnóstico e tratamento da NEC
Geralmente, confirma-se o diagnóstico de enterocolite necrosante através de uma combinação de exames clínicos, exames de sangue e radiografias abdominais. Em alguns casos, uma ultrassonografia pode ser utilizada para avaliar a extensão da inflamação.
Já o tratamento da NEC é complexo e envolve várias abordagens, a depender da gravidade da condição.
Tratamento conservador da enterocolite necrosante
No tratamento conservador, o recém-nascido é colocado em jejum, e todo o conteúdo presente no estômago é removido para aliviar a pressão. O bebê passa a ser alimentado e hidratado por via intravenosa, enquanto antibióticos específicos são administrados para tratar a infecção.
Tratamento cirúrgico da enterocolite necrosante
A cirurgia pediátrica para tratar a enterocolite necrosante (ECN) em crianças, especialmente em recém-nascidos prematuros, é uma intervenção delicada e muitas vezes necessária quando o tratamento clínico não consegue controlar a progressão da doença. Ou seja, em casos em que há perfuração ou necrose intestinal, a cirurgia é necessária para remover a parte do intestino que foi afetada. Cada intervenção é feita com o máximo cuidado, pois a prioridade é proteger a vida do bebê.
Quando a cirurgia se torna inevitável, geralmente é realizada uma laparotomia exploratória, onde o cirurgião examina o intestino e decide qual a melhor abordagem. Em muitos casos, a parte necrosada do intestino precisa ser removida para evitar a propagação da infecção e o risco de perfuração. Em seguida, dependendo da extensão da ressecção, o cirurgião pode optar por realizar uma anastomose (reconexão do intestino saudável) ou criar uma ostomia temporária, permitindo que o intestino cicatrize antes de ser reconectado em uma cirurgia posterior.
O período pós-operatório requer cuidados intensivos, pois o bebê pode enfrentar desafios adicionais, como desequilíbrios eletrolíticos, infecções secundárias e dificuldades nutricionais. Por isso, a recuperação é um processo gradual e exige acompanhamento clínico para monitorar o desenvolvimento e garantir que o intestino cicatrizado funcione adequadamente.
Existe uma forma de prevenção?
Embora nem todos os casos de enterocolite possam ser evitados, algumas medidas podem reduzir o risco:
- Aleitamento materno: O leite materno é mais facilmente digerido e contém anticorpos que podem proteger contra infecções;
- Cuidados pré-natais: Acompanhamento adequado durante a gestação pode ajudar a prevenir nascimentos prematuros;
- Controle de infecções: Higiene adequada nas unidades de terapia intensiva neonatal.
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