Os exames pré-natal são fundamentais para garantir a saúde da mãe e do bebê durante toda a gestação. Além de identificar possíveis complicações maternas, eles desempenham um papel importante na detecção precoce de malformações fetais, permitindo que a equipe médica planeje com antecedência os cuidados necessários antes, durante e após o parto para um nascimento seguro.
Neste artigo, vamos explorar os exames essenciais para identificar essas complicações e a importância do acompanhamento com um cirurgião pediátrico quando há necessidade de tratamento logo após o parto.
O que são exames pré-natal e qual a sua importância?
Os exames pré-natal fazem parte de um acompanhamento médico para monitorar a saúde da gestante e do bebê. Eles têm como objetivo principal garantir uma gravidez saudável, detectar condições médicas que possam precisar ou não de cirurgias pediátricas e/ou que possam afetar o desenvolvimento do feto.
Além da detecção de malformações, o pré-natal também auxilia no rastreamento de doenças maternas que podem afetar o bebê, como infecções, diabetes gestacional e hipertensão. O pré-natal também é uma oportunidade para os médicos esclarecerem dúvidas da gestante, definirem a idade gestacional e estabelecerem a data provável do parto.
Esse acompanhamento proporciona atenção não apenas médica mas, também, psicossocial, incluindo orientações preventivas que contribuem para o bem-estar da mãe e do bebê, segundo o Ministério da Saúde.
Quando começar o acompanhamento pré-natal?
A gestante deve iniciar o acompanhamento pré-natal assim que a gravidez for confirmada. Caso ainda não tenha realizado consultas pré-concepção, o recomendado é que a primeira consulta ocorra até a 12ª semana gestacional.
Vale dizer que o pré-natal é um direito de toda gestante e pode ser realizado em postos de saúde, hospitais, clínicas particulares e públicas. A periodicidade recomendada para consultas no pré-natal é:
- Até a 12ª semana: deve ocorrer a 1ª consulta pré-natal;
- Até 28 semanas: consultas mensais;
- Entre 28 e 36 semanas: consultas quinzenais;
- A partir de 36 semanas: consultas semanais até o parto.
Além de realizar os exames pré-natal, essas consultas permitem que a gestante receba informações sobre os preparativos para o parto e o pós-parto, garantindo maior segurança em todas as etapas.
Quais são os exames pré-natal essenciais?
Durante o pré-natal, uma série de exames laboratoriais, sorológicos e de imagem é realizada para monitorar o desenvolvimento do bebê, identificar possíveis complicações e cuidar da saúde materna. A escolha e a frequência desses exames variam conforme o trimestre da gestação e as necessidades individuais de cada gestante.
Tipos de exames realizados no pré-natal
Os exames pré-natais são fundamentais para uma gestação saudável e segura, mas sua solicitação e frequência dependem do critério médico e das condições de cada gestante. O acompanhamento personalizado é o melhor caminho para cuidar da saúde da mãe e do bebê.
Exames laboratoriais e sorologias
Os exames laboratoriais incluem a tipagem sanguínea e fator Rh, exames de glicemia e tolerância à glicose, hemograma, exames de urina e urocultura, além das sorologias para sífilis, HIV, hepatites, toxoplasmose e citomegalovírus. Essas análises ajudam a prevenir infecções e a evitar complicações que possam interferir no desenvolvimento fetal. Neste grupo, os exames pré-natal mais importantes incluem:
- Tipagem sanguínea e fator Rh: ajudam a identificar incompatibilidades materno-fetais.
- Sorologias para infecções (sífilis, HIV, hepatites e toxoplasmose): garantem o diagnóstico e tratamento precoce para evitar complicações ao bebê.
- Glicemia e teste de tolerância à glicose: fundamentais para detectar diabetes gestacional.
Exames de imagem
Exames como ultrassonografias são indispensáveis para acompanhar o crescimento fetal e formação dos órgãos do bebê, avaliar a placenta e o líquido amniótico, e identificar possíveis malformações. Cada trimestre tem um foco específico:
- Primeiro trimestre: confirmar a idade gestacional, avaliar a translucência nucal e rastrear alterações cromossômicas.
- Segundo trimestre: ultrassom morfológico detalhado para detectar questões como malformações pulmonares e/ou malformações branquiais, por exemplo, e avaliar a localização da placenta.
- Terceiro trimestre: monitorar o fluxo sanguíneo, o crescimento fetal e o bem-estar do bebê.
Os exames pré-natal de imagem são fundamentais para um diagnóstico preciso e para o planejamento da assistência neonatal, garantindo que a equipe médica esteja preparada para oferecer os cuidados necessários ao recém-nascido. Os mais importantes são:
- Ultrassonografia de translucência nucal (entre 11 e 14 semanas): mede o acúmulo de líquido na nuca do bebê e ajuda a rastrear síndromes cromossômicas, como a Síndrome de Down.
- Ultrassonografia morfológica (entre 18 e 22 semanas): exame detalhado que avalia a anatomia do bebê – incluindo cérebro, coração, coluna, pulmões, rins e extremidades – para identificar possíveis malformações estruturais.
- Ultrassonografia com Doppler (a partir da 24ª semana): analisa o fluxo sanguíneo do bebê e da placenta, ajudando a detectar problemas cardíacos e vasculares.
- Ultrassonografia obstétrica no terceiro trimestre: avalia o crescimento do bebê, a maturidade da placenta e o volume do líquido amniótico, além de monitorar o bem-estar fetal.
Quando procurar um cirurgião pediátrico durante a gestação?
Quando os exames de imagem indicam a presença de uma malformação fetal, é essencial que a gestante seja acompanhada por um cirurgião pediátrico. Esse especialista avaliará a necessidade de intervenção cirúrgica logo após o nascimento – ou, até mesmo, durante a gestação – e orientará os pais sobre os próximos passos.
Uma dessas condições que se consegue identificar ainda no pré-natal é a gastrosquise. Trata-se de uma malformação caracterizada pela exteriorização de órgãos abdominais por meio de um defeito na parede abdominal. Ou seja, devido ao surgimento de um orifício lateral ao cordão umbilical do recém-nascido, o conteúdo de dentro do abdome fica para fora da barriga e em contato com o líquido amniótico
Essa condição exige correção cirúrgica imediata para garantir a alimentação e a digestão adequadas do bebê. O diagnóstico precoce dessas condições permite que o cirurgião pediátrico, em conjunto com a equipe obstétrica, planeje o parto em um ambiente adequado, garantindo que o recém-nascido receba os cuidados necessários imediatamente.
Esse planejamento minimiza riscos e otimiza os resultados cirúrgicos e clínicos. Portanto, se durante o acompanhamento pré-natal for identificada alguma malformação fetal, é fundamental consultar um cirurgião pediátrico experiente para acompanhar a gestação e o parto.
Inclusive, a depender do caso, uma cirurgia intrauterina pode ser indicada. O cirurgião pediátrico que avaliará a necessidade ou não da intervenção, realizada ainda durante a gestação. O procedimento pode ter duas abordagens a depender da condição diagnosticada: a cirurgia fetal aberta ou a cirurgia fetal endoscópica.
Um bom pré-natal é a certeza de um nascimento saudável!
Como pudemos ver, os exames pré-natal são indispensáveis para uma gestação saudável e segura. Eles permitem o monitoramento contínuo da saúde da mãe e do bebê, identificando possíveis riscos e garantindo intervenções precoces quando necessário.
O diagnóstico de malformações no pré-natal permite que a equipe médica tome decisões estratégicas, proporcionando melhores chances de recuperação para o recém-nascido. Assim que uma condição de risco é detectada, contar com um cirurgião pediátrico torna-se essencial para planejar a abordagem mais segura e eficaz para o nascimento do bebê.
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