A gastrosquise é uma malformação congênita rara em que o bebê nasce com uma abertura na parede abdominal, geralmente próxima ao cordão umbilical do recém nascido. A abertura permite que o intestino e, às vezes, outros órgãos abdominais, como o estômago e o fígado, se projetem para fora do abdômen.
Essa condição se desenvolve durante o primeiro trimestre da gravidez, quando ocorre uma falha na formação adequada da parede abdominal do bebê, e pode ser diagnosticada no pré-natal.
Abaixo saiba mais sobre possíveis causas, diagnóstico da condição e tratamento.
Causas
Embora a causa exata da condição ainda não seja completamente compreendida, existem alguns fatores de risco que têm sido associados a um maior risco de desenvolvimento dessa condição. Alguns desses fatores incluem:
Idade da mãe: Mães jovens com menos de 20 anos ou mães mais velhas com mais de 35 anos têm um risco ligeiramente aumentado de ter um bebê com gastrosquise.
Histórico familiar: Se houver casos anteriores de gastrosquise em familiares próximos (como irmãos ou primos), o risco pode ser maior.
Tabagismo e consumo de álcool e drogas: O uso de álcool e algumas drogas recreativas durante a gravidez, bem como o tabagismo, são associados a um maior risco de gastrosquise no bebê.
Exposição a toxinas ambientais: Alguns estudos sugerem que a exposição a certos produtos químicos e toxinas ambientais pode estar relacionada a essa malformação.
É importante lembrar que ter um ou mais fatores de risco não significa que uma mulher definitivamente terá um bebê com gastrosquise. Da mesma forma, a ausência desses fatores de risco não garante que a condição não ocorrerá. Essa é uma condição rara, e a maioria dos bebês nasce sem ela, mesmo que haja alguns fatores de risco presentes. Se você estiver preocupada com a possibilidade ou tiver alguma preocupação com a sua gravidez, é fundamental conversar com um profissional de saúde para obter aconselhamento e cuidados pré-natais adequados.
Diagnóstico
O diagnóstico é feito geralmente antes do nascimento por meio de exames de ultrassonografia durante o acompanhamento pré-natal. Após o diagnóstico, recomenda-se que a assistência ao parto ocorra em um local com uma equipe médica especializada visando o cuidado adequado para o bebê e a mãe.É importante ainda que seja realizada uma avaliação com um cirurgião pediátrico para que o parto e o tratamento cirúrgico sejam programados.
Tratamento
O tratamento para a gastrosquise envolve cirurgia logo após o nascimento para colocar os órgãos abdominais de volta no abdômen e fechar a abertura na parede abdominal. Isso é feito para minimizar o risco de infecção e danos aos órgãos expostos. Não existe ainda tratamento seguro intra-uterino para o fechamento completo da gastrosquise.
Durante a cirurgia, o cirurgião utilizará a área afetada da parede abdominal do bebê para expor os órgãos que estão fora do abdômen, ou poderá realizar uma incisão. Então, irá cuidadosamente reposicionar os órgãos na cavidade abdominal e, em seguida, fechar a abertura na parede abdominal usando suturas cirúrgicas. Quando a abertura é grande ou quando há muita pressão sobre os órgãos, pode ser necessário colocar uma membrana especial ou material protetor para cobrir os órgãos e ajudar no desenvolvimento adequado do abdômen. Essa membrana é conhecida como silo (envoltório artificial de silicone). Em algumas ocasiões pode ser necessária mais de uma cirurgia até que o intestino se acomode por completo no abdome.
Cuidados pós-operatórios
Após a cirurgia, o bebê será monitorado de perto na unidade de cuidados intensivos neonatais para garantir que esteja se recuperando adequadamente. Dependendo da extensão da gastrosquise e da saúde geral do bebê, o tempo de internação pode variar.
Durante a gestação o intestino fica exposto ao líquido amniótico, provocando uma inflamação em todo o intestino presente na gastrosquise. Essa inflamação é responsável pelo retardo na aceitação do leite materno e está relacionada ao tempo de internação. Depois da alta hospitalar, o bebê continuará a receber cuidados médicos e acompanhamento para monitorar seu crescimento e desenvolvimento. Exames de acompanhamento, como ultrassonografias abdominais, podem ser realizados caso algum órgão esteja danificado.
É importante lembrar que cada caso de gastrosquise é único, e a abordagem cirúrgica e os cuidados pós-operatórios podem variar de acordo com as necessidades individuais do bebê. O objetivo final é garantir que o bebê se recupere adequadamente e tenha o melhor prognóstico possível. Uma equipe médica especializada em cirurgia pediátrica e cuidados neonatais trabalhará em conjunto para fornecer os melhores cuidados para o bebê e o apoio para a família durante esse período desafiador.
Após a cirurgia, o bebê precisará de cuidados intensivos e acompanhamento médico para monitorar seu crescimento e desenvolvimento. Com os avanços na medicina e cuidados neonatais, muitos bebês com gastrosquise têm um bom prognóstico e podem se recuperar completamente. Esta condição não costuma causar muitas implicações no decorrer na vida da criança.
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